Desigualdade social é um fenômeno existente quando a sociedade não conta com uma distribuição igualitária de renda.
A distribuição desigual de renda é tão acentuada em alguns países, que apenas uma mínima parcela da população concentra grande parte da renda, enquanto a menor parte da renda é distribuída entre a maior parte da população.
A partir da divisão desigual de renda, o acesso a alguns bens de consumo e serviço também tornam-se desiguais, afastando os grupos desfavorecidos da educação de qualidade e de bens culturais e históricos.
Consequentemente, a dificuldade em obter educação de excelência afasta a camada mais pobre dos bons empregos, lhes restando apenas baixos salários e condições precárias de sobrevivência.
A desigualdade social colabora para o surgimento de uma série de outros problemas e conflitos sociais, como:
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Além da desigualdade econômica, outras vertentes da desigualdade influenciam na condição de desigualdade social e são mais ou menos acentuadas dependendo da região analisada.
É a desigualdade de oportunidades e acesso aos bens e serviços determinada pela raça e cor da pele. Podemos citar como exemplo a exclusão e racismo que a população negra sofre no Brasil.
Desigualdade de acesso aos bens, serviços e oportunidades considerando o gênero masculino ou feminino. Um exemplo são os salários menores ou até mesmo a falta de oportunidade de contratação que afeta a população feminina.
No quesito de igualdade de gênero, podem ser incluídos também os grupos transexuais, que não se identificam com o gênero de nascimento.
A junção das diferentes formas de desigualdade acentuam, dependendo da região, as condições de desigualdade social e influenciam de forma explícita ou velada a dificuldade de acesso a ferramentas, espaços sociais e serviços.
É possível então, falar em desigualdades sociais, dependendo da região e do critério que serão levados em consideração ao analisar o local.
A questão das desigualdades sociais no Brasil é sistêmica e antiga. Na divisão do país em capitanias hereditárias, a distribuição desigual de recursos já era praticada. A exploração de terras, minérios e recursos aumentou ainda mais a condição de má distribuição de renda.
Com o fim da escravidão, a desigualdade racial acentuou-se ainda mais no país, pois os escravos recém-libertos não foram integrados completamente ao mercado de trabalho.
Dados do IBGE, levantados em 2017, apontam que naquele ano os 10% mais ricos detinham 43,3% da renda do país, enquanto os 10% mais pobres tinham acesso a apenas 0,7% da renda total do país.
Além do histórico de desigualdades vindos da época colonial, outros fenômenos colaboram com o crescimento e acentuação das desigualdades sociais no país. São eles:
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A estratificação social é um conceito sociológico usado para analisar e compreender a classificação dos indivíduos na sociedade de acordo com a condições socioeconômicas que ele possui.
A estratificação analisa a organização hierárquica dos grupos e indivíduos dentro de uma sociedade.
A distribuição desigual de recursos, o acesso aos bens e informação, tecnologia, educação e cultura definem o quão estratificada é uma sociedade.
As análises e estudos sobre estratificação permitem que o pesquisador entenda como riqueza, status e poder são divididos entre os indivíduos e permitem pensar a desigualdade considerando outros fatores, e não somente as questões econômicas.
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O Índice ou Coeficiente de Gini, criado em 1912, é usado para medir o grau de desigualdade social nos países. O índice varia entre 0 e 1, sendo os países mais próximos de 0, os menos desiguais, enquanto os mais próximos de 1 são considerados os mais desiguais.
No índice apresentado em 2016, a Ucrânia ocupava a primeira posição, com um índice de 0,241, seguida por Eslovênia e Noruega, com o índice de respectivamente, 0,256 e 0,259. O Brasil ocupava a 99ª posição, com índice de 0,515.
As pequenas taxas de desigualdade são encontradas em países onde a distribuição de renda é mais igualitária e o acesso à saúde, educação, transporte e lazer atinge de forma direta e igual toda a população.
Homens da Inglaterra, por que arar para os senhores que vos mantêm na miséria? Por que tecer com esforços e cuidado as ricas roupas que vossos tiranos vestem? Por que alimentar, vestir e poupar do berço até o túmulo esses parasitas ingratos que exploram vosso suor — ah, que bebem vosso sangue? (SHELLEY. “Os homens da Inglaterra’. Apud HUBERMAN, L. In: História da Riqueza do Homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1982.)
A análise do trecho permite identificar que o poeta romântico Shelley (1792-1822) registrou uma contradição nas condições socioeconômicas da nascente classe trabalhadora inglesa durante a Revolução Industrial. Tal contradição está identificada: