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Português

Morfologia

Caroline Fazio
Publicado por Caroline Fazio
Última atualização: 22/4/2022

Introdução

O dicionário “Oxford Languages” define morfologia como um substantivo feminino com os seguintes significado:

  • estudo da forma, da configuração, da aparência externa da matéria.
  • estudo da configuração e da estrutura externa de um órgão ou ser vivo.

Mas essa palavra tem um significado específico na área da linguística, sendo um assunto cobrado no Enem e em outros vestibulares.


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O que é Morfologia?

Na área da Linguística, a morfologia é a parte que se encarrega de estudar e compreender as estruturas das palavras em suas unidades, formações e classificações. Além disso, ela se ocupa da relação entre formas, funções e significações das palavras. Esta área está agrupada a dez classes de palavras, sendo elas: 

O que se estuda em Morfologia?

Podemos afirmar que o estudo da morfologia se divide em dois domínios que estão diretamente relacionados entre si, sendo eles: a análise da estrutura interna das palavras e suas categorias lexicais. A primeira, como já explicamos, cuidará dos estudos das unidades das palavras, já a segunda, trata das categorias lexicais.

Existem, no entanto, outros aspectos linguísticos que afetam de uma forma ou outra a palavra, sem serem eles objetos da morfologia, assim, é importante saber que nem tudo o que tem a ver com o léxico faz parte da morfologia. As unidades léxicas possuem, como já expressado, um significado, e é a disciplina de lexicologia que dará conta desses estudos. Há também funções dentro da oração (sujeitoobjetopredicado), dos quais será a Sintaxe que dará conta. 

Morfologia e Sintaxe: quais as diferenças?

A lexicologia, a sintaxe e a morfologia possuem ligações importantes entre si, como praticamente todos os domínios linguísticos. Porém, é necessário compreender suas especificidades.

Diferentemente do estudo da sintaxe, que estuda a palavra com relação aos outros componentes de uma frase ou período, a morfologia se detém em analisar somente a palavra isolada, considerando a sua estrutura em suas unidades mínimas que possuem significados, os chamados morfemas.  
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O que é Morfema?

O morfema ou elementos mórficos são unidades mínimas que possuem significado. Podemos separá-los em:

  • Lexical: carrega o significado básico da palavra, também chama. Exemplo: mares, marinho, marítimo.
  • Gramatical: especificam nas palavras as categorias de gênero, número, pessoa, tempo, modo e aspecto. 

Exemplo: Carrinho

  • Carr: (lexical) base da significação da palavra, remete a algo existente na realidade.
  • inh: (gramatical) segmento que indica a forma diminutiva e, isoladamente, só possui sentido no universo da língua. 
  • o: (gramatical) segmento que indica gênero (masculino), só possui sentido no universo da língua.

Sabendo dessas diferenciações entre morfema lexical e morfema gramatical, vamos agora para as posições dos morfemas em uma palavra e suas respectivas especificações.

  • Radical: é a base do significado da palavra, possuindo uma significação na realidade e não só no universo específico da língua. Exemplos:
AlunoPedraCantora
AlunasPedrinhaCantores
AluninhesPedregulhoCantante
AlunadoPedreiraCantata
  • Desinência: unidades que se unem ao radical designando flexões da palavra. Existem dois tipos de desinências: desinências verbais e desinências nominais.

As desinências verbais indicam, quando nos verbos, as flexões de pessoa (1ª, 2ª ou 3º gramatical), tempo (passado, presente, futuro), modo (indicativo, subjuntivo, imperativo) e número (singular e plural). Elas são divididas e classificadas em:

  •  desinência modo temporal: indica o modo e o tempo da ação verbal. Exemplos:

-ria: desinência modo temporal indicando o futuro do pretérito do indicativo: eu dançaria,tu dançarias, ela dançaria.

  •  desinência verbo nominal: indica as formas nominais do verbo - infinitivo, gerúndio ou particípio. Exemplo:

-r: desinência verbo nominal indicativa de infinitivo: correr, nadar, cantar.

-ndo: desinência verbo nominal indicativa de gerúndio: contando, somando, brigando.

-do: desinência verbo nominal indicativa de particípio: falado, dormido, estudado.

  •  e desinência número temporal: indica número e pessoa da ação verbal. Exemplo:

-o: desinência número temporal que indica a 1ª pessoa do singular: eu falo, eu como, eu escrevo.

-m: desinência número temporal que indica a 3ª pessoa do singular: eles falam, eles comem, eles escrevem.

Já as desinências nominais indicam, principalmente em substantivos e adjetivos, as flexões de gênero (feminino e masculino) e número (singular e plural). Exemplo:

  • gato: masculino, singular
  • gata: feminino, singular
  • gatos: masculino, plural
  • gatas: feminino, singular

Há, entretanto, as palavras invariáveis em gênero ou número. Exemplo:

  • Não aceitam desinência nominal de gênero: papel, janela…
  • Não aceitam desinência nominal de número: ônibus, tórax…
  • Vogal temática: continuando o processo de estruturação da palavra, temos a vogal temática, que faz a ligação entre o radical e as desinências. A essa junção damos o nome de tema (radical + vogal temática) e podemos dividir a vogal temática em verbal ou nominal.
  • Vogal temática verbal: está presente na conjugação verbal, havendo três tipos: 
  • a (1ª conjugação): cantava, amar, brincara.
  • (2ª conjugação): viver, comeria, correndo.
  • (3ª conjugação): sairia, dormir, ferindo.
  • Vogal temática nominal: presente nos substantivos, somente em nomes átonos, dividida em três tipos
  • vogal a: mesa, casa, sala
  • vogal e: pente, dente, pote
  • vogal o: livro, posto, copo

ATENÇÃO: a vogal temática não é indicativa de gênero, pois existem substantivos que não sofrem flexão de gênero. Exemplo: mercado, mesa.

Não será em todos os casos que a vogal temática aparecerá, essas palavras são denominadas atemáticas. Quando não houver vogal temática, tema e radical serão os mesmos. Exemplo:

(radical) avis - ei (desinência)

IV. Afixos: elementos que se unem ao radical ou tema para formar palavras derivadas. Temos dois tipos de afixos:

  • Prefixo: colocado antes do radical, forma nova palavra de mesma classe gramatical. Exemplo: 
    PREFIXORADICAL
    re-fazer
    hiper-tensão
    contra-dizer
  • Sufixoadicionado depois do radical, forma nova palavra que pode ser de classe gramatical diferente. Exemplo:
RADICALSUFIXO
sono-lento
arvor-edo
livr-aria
  • Não podemos deixar de citar a derivação parassintética, que designa o acréscimo de sufixo e prefixo em um mesmo radical. Exemplos:
PrefixoRadicalAfixo
a--noit-ecer
in--feliz-mente
des--alm-ado

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Exercícios

Exercício 1
(Cesgranrio - 1995)

Os vocábulos "aprimorar" e "encerrar" classificam-se, quanto ao processo de formação de palavras, respectivamente, em:

Ilustração: Rapaz corpulento de camiseta, short e tênis acenando

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