O substantivo comum é uma das classes do substantivo e é usado para nomear qualquer ser de uma espécie (objetos, lugares, pessoas, animais) de forma genérica, isto é, sem especificar. Por exemplo: “mulher”, “menino” e “homem” são substantivos comuns que designam seres de uma espécie, no caso “pessoas”, sem especificar cada ser. Quando eu digo “menino”, não me refiro a um menino em particular, mas a qualquer menino.
Por nomear os seres no contexto geral, o substantivo comum é escrito com a primeira letra minúscula.
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O substantivo comum difere principalmente do substantivo próprio, que é aquele usado para especificar ou particularizar o ser a que se refere dentro da espécie. “Marcela”, “João” e “Guimarães Rosa” são exemplos de substantivos próprios, pois referem-se a determinados seres dentro de uma mesma espécie de maneira particular, diferenciando-os de outros. Por particularizar o indivíduo, o substantivo próprio é escrito com a primeira letra maiúscula, diferente do substantivo comum.
Veja a diferença entre um substantivo comum e um substantivo próprio:
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Substantivo comum.
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Elegia na morte de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, poeta e cidadão
A morte chegou pelo interurbano em longas espirais metálicas.
Era de madrugada. Ouvi a voz de minha mãe, viúva.
De repente não tinha pai.
No escuro de minha casa em Los Angeles procurei recompor
[tua lembrança
Depois de tanta ausência. Fragmentos da infância
Boiaram do mar de minhas lágrimas. Vi-me eu menino
Correndo ao teu encontro. Na ilha noturna
Tinham-se apenas acendido os Iampiões a gás, e a clarineta
De Augusto geralmente procrastinava a tarde.
Era belo esperar-te, cidadão. O bondinho
Rangia nos trilhos a muitas praias de distância...
Dizíamos: "Ê-vem meu pai!". Quando a curva
Se acendia de luzes semoventes*, ah, corríamos
Corríamos ao teu encontro. A grande coisa era chegar antes
Mas ser marraio** em teus braços, sentir por último
Os doces espinhos da tua barba.
Trazias de então uma expressão indizível de fidelidade e
[paciência
Teu rosto tinha os sulcos fundamentais da doçura
De quem se deixou ser. Teus ombros possantes
Se curvavam como ao peso da enorme poesia
Que não realizaste. O barbante cortava teus dedos
Pesados de mil embrulhos: carne, pão, utensílios
Para o cotidiano (e frequentemente o binóculo
Que vivias comprando e com que te deixavas horas inteiras
Mirando o mar). Dize-me, meu pai
Que viste tantos anos através do teu óculo de alcance
Que nunca revelaste a ninguém?
Vencias o percurso entre a amendoeira e a casa como o atleta
[exausto no último lance da maratona.
Te grimpávamos. Eras penca de filho. Jamais
Uma palavra dura, um rosnar paterno. Entravas a casa
humilde
A um gesto do mar. A noite se fechava
Sobre o grupo familial como uma grande porta espessa.
Muitas vezes te vi desejar. Desejavas. Deixavas-te olhando
[o mar
Com mirada de argonauta. Teus pequenos olhos feios
Buscavam ilhas, outras ilhas... - as imaculadas, inacessíveis
Ilhas do Tesouro. Querias. Querias um dia aportar
E trazer - depositar aos pés da amada as joias fulgurantes
Do teu amor. Sim, foste descobridor, e entre eles
Dos mais provectos***. Muitas vezes te vi, comandante
Comandar, batido de ventos, perdido na fosforência
De vastos e noturnos oceanos
Sem jamais.
Deste-nos pobreza e amor. A mim me deste
A suprema pobreza: o dom da poesia, e a capacidade de amar
Em silêncio. Foste um pobre. Mendigavas nosso amor
Em silêncio. Foste um no lado esquerdo. Mas
Teu amor inventou. Financiaste uma lancha
Movida a água: foi reta para o fundo. Partiste um dia
Para um brasil além, garimpeiro sem medo e sem mácula.
Doze luas voltaste. Tua primogénita - diz-se -
Não te reconheceu. Trazias grandes barbas e pequenas
[águas-marinhas.
(Vinicius de Moraes. Antologia poética. 11 ed. Rio de Janeiro: José Olympio Editora, 1974, p. 180-181.)
(*) Semovente: "Que ou o que anda ou se move por si próprio."
(**) Marraio: "No gude e noutros jogos, palavra que dá, a quem primeiro a grita, o direito de ser o último a jogar."
(***) Provecto: "Que conhece muito um assunto ou uma ciência, experiente, versado, mestre".
(Dicionário Eletrônico Houaiss)
“Partiste um dia / Para um brasil além, garimpeiro sem medo e sem mácula”. O emprego da palavra brasil com inicial minúscula, no poema de Vinicius, tem a seguinte justificativa: