Você já assistiu à série de filmes de horror, como o “Pânico”? Então você conhece aquela máscara horripilante do assassino. Você sabia que a máscara foi inspirada em um quadro muito famoso do expressionismo? Quer saber qual é? Vem com a gente!
Máscara do filme "Pânico".
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O expressionismo foi um movimento artístico que surgiu no começo do século XX. Ele fez parte das vanguardas europeias. Logo, ele queria romper com a tradição clássica de fazer arte. Além disso, ele foi o primeiro dos movimentos modernos a colocar o subjetivismo nesse novo padrão estético e artístico.
Em 1910, na Alemanha, essa vanguarda surge como uma resposta para a estética sensorial dos impressionistas. É por isso que esse movimento também ficou conhecido como expressionismo alemão.
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O expressionismo queria que os artistas perdessem o controle consciente durante a produção da obra de arte.
A realidade não deveria ser percebida da forma tradicional, por meio do plano físico ou do plano psíquico, e sim por meio de expressões.
Influenciado pela Primeira Guerra Mundial, esse movimento dava ênfase ao lado sombrio da humanidade. Os rostos humanos eram sempre marcados pelo medo e pela angústia. A realidade era apreendida de uma forma pessimista e sem contato com a razão.
As cores fortes e imagens distorcidas eram usadas com muita emoção e agressividade.
Um exemplo é o famoso quadro “O Grito”, do Edvard Munch, que deu origem à máscara do filme de horror “Pânico”.
"O Grito", de Edvard Munch.
Nele, as linhas retorcidas e as cores fortes, alaranjadas, sugerem um clima de aflição e angústia que resultam no grito do ser.
Munch teve a ideia para o quadro enquanto andava pelas ruas da Noruega com seus amigos. O cenário era o do pôr do sol. O céu tinha uma coloração tão vermelha que parecia sangue. Seus amigos nada perceberam e continuaram a andar, mas o pintor ficou paralisado, tremendo de medo. Para ele, parecia que o céu mostrava o grito infinito e angustiante da Natureza.
O mundo expressionista era completamente deformado e dominado pelo caos e pelo medo, por isso esse movimento teve tanta influência nos filmes de horror.
Todo essa distorção surgia para gerar catarse em quem admirava a obra. A catarse, para Aristóteles, era uma depuração das emoções alcançada por meio de obras que trabalhavam temas como compaixão e o medo.
Os artistas mais influenciados por esse movimento foram Candido Portinari, que pintou a situação precária na qual vivia o povo nordestino, e Anita Malfatti, que pintou diversas paisagens, cenas cotidianas e nus.
Na literatura, o primeiro manifesto do movimento surgiu em 1918, em plena guerra. Kasimir Edschmid deixava nítido que o artista não via, percebia. Os objetos não existiam, o que era real era a visão dos objetos que as pessoas tinham.
Assim o universo total do artista expressionista torna-se visão. Ele não vê, mas percebe. Ele não descreve, acumula vivências. Ele não reproduz, ele estrutura. Ele não colhe, ele procura. Agora não existe mais a cadeia de fatos: fábricas, casas, doenças, prostitutas, gritaria e fome. Agora existe a visão disso. Os fatos tem significado somente até o ponto em que a mão do artista o atravessa para agarrar o que se encontra além deles. Esse tipo de expressão não é alemão nem francês. Ele é supre nacional. Ele não é somente assunto da arte. É exigência do espírito. Não é um programa de estilo. É uma exigência da alma. Uma coisa da humanidade.
Essa literatura fez questão de mostrar a derrota do mundo burguês e do capitalismo. O universo estava em crise e o ser humano era simplesmente impotente em face dessa situação. Todos estavam presos em um mundo sem alma.
As obras traduziam as vivências humanas de uma forma negativa, em que o mundo era descrito de uma forma distorcida e grotesca.
Veja como Mário de Andrade transmitiu os ideais expressionistas em sua obra “Amar, Verbo Intransitivo”:
A luz delirava, apressada a um vago aviso de tarde. Era tal e tanta que embaçava de ouro a amplidão. Se via tudo longe num halo que divinizava e afastava as coisas mais. Lassitude. No quiriri tecido de ruidinhos abafados, a cidade se movia pesada, lerda. O mar parara azul. Embaixo, dos verdes fundos das montanhas uma evaporação rojava o escuro das grotas, e o Corcovado, ver um morubixaba pachorrento, pitava as nuvens que o sol lhe acendia no derrame.
A influência do expressionismo foi tanta que sua forma de encarar o mundo de uma forma caótica, sombria e angustiante impactou diversas formas de arte.
Uma delas é o cinema, que logo em seu advento, nos anos 1920, viu no expressionismo alemão uma forma de se expressar. Filmes como “O Gabinete do Dr. Caligari” (1920), “Nosferatu” (1922), “Metropolis” (1927) e, posteriormente, “Drácula” (1931) e “Frankenstein” (1931) mostram como esse movimento artístico rompeu com as tradições do passado e iniciou sua própria tradição.
Frankenstein (1931)
Observe a imagem a seguir:
Ela retrata uma das mais destacadas produções do expressionismo alemão nas primeiras décadas do século XX. Sobre esse movimento artístico, NÃO é correto afirmar que