Consideradas, até hoje, como uma das mais complexas estruturas arquitetônicas da história, as pirâmides do Egito são rodeadas pelo mistério. Pouco se sabe sobre o seu método de construção, já que na época não existiam as tecnologias que são usadas hoje para o levantamento de rochas pesadas em toneladas.
Acredita-se que, para erguer essas majestosas edificações, foram usados trenós, cordas, troncos e rampas, aliados a um sistema de alavancagem e até à força das águas do Rio Nilo, cujas cheias eram aproveitadas para o transporte de pedras pelo seu leito.
As Pirâmides de Gizé
Junto ao mistério, as pirâmides estão mergulhadas no misticismo egípcio. Tendo finalidade religiosa, acredita-se que as pirâmides serviam como túmulos para os antigos faraós do Egito. Os egípcios acreditavam na ressurreição, e as pirâmides seriam como palácios para que os antigos reis do Egito pudessem desfrutar a sua vida após a morte.
Mesmo com um grande esforço de historiadores e arqueólogos, não existe uma certeza definitiva sobre o porquê de sua existência e sobre como elas vieram a existir, mas a cultura e as crenças do antigo Egito dizem muito sobre elas e, para entendê-las, devemos voltar para a antiguidade, com muita história.
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Tendo seu início datado em 3200 a.C., o Egito foi uma das sociedades mais desenvolvidas da antiguidade. Uma prova disso é o fato de que a grande pirâmide de Gizé foi a maior estrutura construída pela humanidade até o século XIV.
Sua sociedade era dividida em uma pirâmide social, tendo no topo o faraó e sua família, seguidos pelos sacerdotes e aristocratas, depois pelos militares e escribas, em sequência pelos artesãos e comerciantes e, na base da pirâmide, pelos escravos e camponeses (em sua maioria escravos de guerras). A alta posição social dos sacerdotes era o reflexo da marcante presença religiosa na cultura egípcia.
Existia no Egito uma forte crença na vida após a morte, que gerou um grande culto à morte, ligado diretamente à construção de obras faraônicas, como as pirâmides e a Esfinge. Essa crença também resultou na criação do processo de mumificação, que trouxe vários avanços para a medicina.
As pirâmides refletem o poder e a riqueza da civilização egípcia na época e teriam sido construídas para abrigar o espírito dos reis (faraós) após a sua morte física. Acreditava-se que os faraós eram divindades escolhidas para mediar o contato entre os deuses e os humanos, e que seu espírito permanecia no corpo após a morte, necessitando de cuidados especiais - por isso a mumificação, na qual o corpo dos faraós era cuidadosamente revestido por faixas e óleos, para conter o desgaste do tempo. O formato das pirâmides também teria sido definido conforme a crença religiosa de que facilitaria a ascensão dos faraós aos céus.
A religião do Egito era politeísta, ou seja, determinada pela crença em diversas divindades, como Osíris, deus do renascimento; Anúbis, deus da morte; e Rá, deus do Sol. Além disso, a religião egípcia tinha carácter antropozoomórfico, ou seja, suas divindades tinham características de animais - em sua maioria, corpo de humano e cabeça de animal, como é visto na Esfinge, obra arquitetônica grandiosa, construída para ser "guardiã" das pirâmides.
Assim, por trás das grandes pirâmides do Egito, existe um forte simbolismo religioso, característico da cultura egípcia.
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O número de pirâmides descobertas no Egito chega a 138, contudo, três delas são as mais conhecidas e reconhecidas: as pirâmides de Gizé.
Localizadas na região de Gizé e construídas durante o Antigo Império Egípcio (3200 a.C. - 2300 a.C.), as pirâmides de Gizé são um conjunto de três grandes estruturas feitas de blocos de rochas maciços, bem como de blocos de granito, construídas em um formato de pirâmide. Elas foram erguidas durante a Quarta Dinastia (2575 a.C. - 2465 a.C.), representando o poder e a força de seus faraós.
Essas pirâmides eram tumbas reais, que guardavam os restos mumificados de seus antigos faraós, assim como bens pessoais e riquezas. Também eram sepultados, junto aos faraós, servos e pessoas de sua confiança. Isso acontecia por causa da forte crença na ressurreição: o faraó precisaria de seus bens e de seu servos quando voltasse à vida.
No interior das pirâmides, se encontravam galerias e corredores, assim como câmaras funerárias. No caso da grande pirâmide de Gizé, existia uma câmara funerária para o faraó, uma para a rainha e uma câmara subterrânea, abaixo da pirâmide. Mesmo com uma estrutura interior, ela era majoritariamente composta de rochas sólidas.
Existem muitas suposições sobre como foi feita a construção das pirâmides egípcias. Acredita-se que eram usados milhares de homens (camponeses e escravos), que carregavam as imensas pedras por meio de trenós feitos de madeira e puxados por corda sobre a areia, que era umidificada para facilitar o deslizamento. A esse processo, atribui-se também a estruturação de rampas e sistemas de alavancagem para levar essas pedras até as alturas almejadas.
Outra teoria é a de que, para tornar o terreno plano para a construção, os egípcios utilizavam um sistema de irrigação, por meio de um canal desviado do Rio Nilo, cujas águas em tempos de cheia também serviam para facilitar o transporte das pedras.
Infelizmente, quando descobertas, as pirâmides já haviam sido saqueadas durante os períodos medievais. Então, os pertences faraônicos e suas riquezas, assim como as múmias dos faraós, desapareceram por completo.
Pirâmides de Gizé
Atualmente, as pirâmides são as principais atrações turísticas do Egito, podendo ser visitadas em Cairo (capital egípcia). Ǹos passeios, é possível conhecer o interior das pirâmides, mas, hoje em dia, é proibida a sua escalada.
Com qual finalidade foram erguidas as pirâmides do Egito?