Os mamíferos constituem a última classe evolutiva de Cordados hoje existente. São animais vertebrados, que possuem como característica principal a presença de glândulas mamárias - que, nas fêmeas, secretam o leite, importante substância nutritiva que alimenta os filhotes nos primeiros meses de vida.
Acredita-se que os mamíferos tenham descendido dos sinapsídeos, primeiro grupo de répteis amniotas (com embrião rodeado por uma membrana amniótica - âmnio) que surgiu no carbonífero superior.
Dentro da classe dos sinapsídeos, a ordem dos therapsida ficou conhecida como répteis mamalianos evoluídos e, dentro dela, há o grupo dos cinodontes, que serviram de transição entre os répteis e os mamíferos verdadeiros, que apareceram no período triássico.
Cynognathus, um cinodonte do período triássico. (Crédito: Nobu Tamura/WikiCommons)
Estima-se que existam, aproximadamente, hoje, 5 mil espécies de mamíferos, incluindo os seres humanos, que podem ser encontradas em todo o globo terrestre. Os mamíferos são encontrados, principalmente, nos biomas terrestres, embora haja espécies aquáticas, como as baleias e os golfinhos, além de espécies voadoras, como os morcegos.
O ramo da zoologia que estuda os mamíferos é chamado de Mastozoologia, que pode ser, ainda, subdividida para especializar os estudos em ordens específicas - por exemplo, a primatologia, que estuda os primatas, e a cetologia, que estuda as baleias e outros mamíferos marinhos.
Assim como todos os cordados, os mamíferos apresentam notocorda em sua fase embrionária e, posteriormente, essa notocorda dará espaço à coluna vertebral, fazendo desses indivíduos vertebrados (subfilo vertebrata).
Também são seres pluricelulares, eucariontes, com simetria bilateral, triblásticos (possuem três folhetos embrionários que darão origem a todos os órgãos e tecidos) e celomados (possuindo celoma, a cavidade interna que servirá, posteriormente, como depósito das vísceras e órgãos).
A principal característica, que dá nome a classe, é a presença de glândulas mamárias, localizadas, geralmente, na região das mamas dos mamíferos. Nas fêmeas, essas glândulas produzem o leite, que serve de alimento nutritivo para os filhotes nos primeiros meses de vida, contendo elevadas concentrações de lipídios, carboidratos e proteínas, como os anticorpos, que possuem função de defesa junto ao sistema imunológico.
Além das glândulas mamárias, outra característica dos mamíferos é a presença de pelos pelo corpo ou, no caso dos seres humanos, em regiões específicas. Os pelos atuam como isolantes térmicos, auxiliando na manutenção da temperatura corporal dos mamíferos, que são homeotérmicos (também chamados de endotérmicos), ou seja, têm temperatura corporal constante, não variando em relação à temperatura ambiente.
Outro mecanismo que auxilia na manutenção da temperatura corporal é encontrado nos mamíferos aquáticos, como as baleias e golfinhos. Nesses animais, a ausência de pelos, para otimizar o nado, é suprida pela presença de uma densa camada de tecido adiposo, que serve como revestimento. Essa densa camada atua como isolante térmico nesses organismos.
Outra característica exclusiva dos mamíferos é a presença do diafragma, órgão muscular que atua aumentando a ventilação e a eficiência da respiração.
A arcada dentária dos mamíferos também é mais desenvolvida do que a dos animais pertencentes aos outros filos de cordados, possuindo quatro tipos diferentes de dentes com funções específicas para garantir uma digestão mais eficiente e adaptada a alimentos mais variados. Os tipos de dentes que os mamíferos possuem são: incisivos (função de rasgar e cortar), caninos (furar e rasgar), pré-molares e molares (triturar e esmagar).
Quanto aos hábitos alimentares, os mamíferos podem ser carnívoros, herbívoros ou, ainda, onívoros. Com hábitos de caça ou detritívoros (se alimentam de restos e carcaças de outros seres, como as hienas).
O sistema circulatório dos mamíferos é fechado, com sangue sendo transportado dentro de vasos; duplo, com dois circuitos realizados (pulmonar e sistêmico); e completo, com sangue venoso não se misturando com sangue arterial. Além disso, o coração dos mamíferos é tetracavitário, possuindo quatro cavidades (átrio direito, átrio esquerdo, ventrículo direito e ventrículo esquerdo).
A circulação ocorre em dois circuitos, que atuam em conjunto:
O sistema nervoso dos mamíferos é dividido em sistema nervoso central e periférico:
Os mamíferos apresentam digestão completa, com sistema composto por boca (onde o alimento é triturado e mastigado), esôfago (onde o alimento passa até o estômago), estômago (local de digestão química, com ação de enzimas digestivas e ambiente ácido), intestinos grosso e delgado (onde se finaliza a digestão e ocorre a absorção de água e nutrientes), e ânus (onde o alimento é liberado para o meio externo). Alguns mamíferos apresentam sistema digestivo mais complexo, como os ruminantes, que possuem até quatro estômagos.
A excreção ocorre a partir dos rins, que filtram todo o líquido presente no organismo e armazenam as excretas na bexiga. Deste órgão, as excretas são transportadas pela uretra até o meio externo. Os mamíferos liberam uréia como substância nitrogenada.
Possuem respiração pulmonar (até mesmo os mamíferos aquáticos), que se inicia pelas fossas nasais presentes no nariz dos mamíferos, por onde o ar entra no organismo. Uma vez dentro do organismo, o ar passa pela faringe, laringe, traquéias, brônquios, até chegar no pulmão, onde, nos alvéolos pulmonares, são realizadas as trocas gasosas, por meio do processo de hematose.
Os mamíferos apresentam o diafragma, músculo importante para garantir maior eficiência da respiração através dos movimentos realizados (inspiração e expiração).
Os mamíferos são animais dióicos (com sexo separado e unitário por indivíduo) e apresentam dimorfismo sexual, com mamíferos machos anatomicamente diferentes de mamíferos fêmeas.
Os machos apresentam órgão reprodutor que produz os gametas masculinos (espermatozóides), que são introduzidos através do pênis no organismo da fêmea através da cavidade reprodutiva, no processo chamado de cópula.
No interior do corpo da fêmea, o espermatozóide pode fecundar o gameta feminino (óvulo), presente no útero, formando um zigoto que se desenvolve em embrião. A fecundação é, portanto, interna, e o desenvolvimento é direto (não apresentando fase larval).
O desenvolvimento embrionário dos mamíferos não é padrão, e isso permite classificar os mamíferos em até três subclasses:
Os mamíferos são divididos em onze principais ordens:
Morcego (Corynorhinus townsendii).
Baleia Jubarte (Megaptera novaeangliae).
Capivara (Hydrochoerus hydrochaeri). (Crédito: Silvio Tanaka/WikiCommons)
Elefante da Savana (Loxodonta africana).
Girafa (Giraffa camelopardalis). (Crédito: Miroslav Duchacek/WikiCommons)
Tatu galinha (Dasypus novemcinticus). (Crédito: BirdPhotos/WikiCommons)
Macaco rhesus (Macaca mulatta). (Créditos: Einar Fredriksen/WikiCommons)
O ornitorrinco e a equidna são mamíferos primitivos que botam ovos, no interior dos quais ocorre o desenvolvimento embrionário. Sobre esses animais é correto afirmar que: